A história está aí, mas uma vez, a mostrar o ciclo nascimento – evolução – maturidade – morte. Isso também acontece nas empresas. Uma empresa nasce com uma ideia inovadora. Cresce expandindo seus objetivos e quando amadurece, estaciona seu potencial evolutivo, caminhando em direção à morte. Isso é história. Isso está comprovado. Eduardo Galiano disse, certa vez, que a história é como um profeta: tem os pés no presente, os olhos voltados para trás e contra o que foi, prediz o que virá, ou seja, a história opera em ciclos e as empresas também vivem ciclos de nascimento, madureza e ocaso e a Microsoft não é diferente de qualquer outra empresa. Apenas aquelas capazes de mudar subitamente de idéia, de ramo ou de nicho mercadológico conseguem sobreviver tanto tempo, como o caso da IBM que já produziu todo o tipo de equipamento e tecnologia que se possa imaginar.
O Windows 7 foi um caso de sucesso da Microsoft, batendo todos os recordes da empresa, mas mesmo assim um ex-executivo da empresa continua tendo uma visão obscura sobre o futuro da empresa. O principal motivo do questionamento é a incapacidade da Microsoft de inovar.
Escrevendo ao New York Times, o ex-vice-presidente Dick Brass afirmou que a Microsoft “já não nos traz o futuro”. Ele observa que a grande parte dos novos produtos inovadores da última década, como o iPad, Amazon Kindle, BlackBerry, iPhone, iPod, Google, iTunes, Facebook e Twitter se originaram a partir de outras companhias. A Microsoft, no entanto, continua baseando sua sobrevivência em produtos antigos, como o Windows e Office. Segundo Brass, a empresa não pode contar somente com estes produtos como fontes primárias de lucro.
O ex-executivo chega a chamar a empresa de uma “inovadora desajeitada e não competitiva”, alegando que ela está perdendo o mercado de laptops caros, smartphones e navegadores, e o Xbox 360 anda perdendo território para outros consoles. Parte do problema, segundo ele, é que a Microsoft “nunca desenvolveu um verdadeiro sistema de inovação”:
“É normal haver competição interna em grandes empresas. Encorajar ideias a competirem pode ser uma atitude inteligente. O problema é quando a competição foge ao controle e se torna destrutiva. Na Microsoft, a competição criou uma cultura corporativa disfuncional, na qual os grandes grupos estabelecidos podem agir como predadores sobre equipes emergentes, depreciar seus esforços, competir de forma injusta em busca de recursos e acabar fechando essas equipes. Não é por acaso que quase todos os executivos da Microsoft encarregados dos trabalhos em música, ebooks, telefonia, online, pesquisa e tablets PC da década passada deixaram a empresa.”
Brass explica que há quase dez anos atrás ele tentou empurrar para a empresa a ideia de investir em tablet PCs e e-books, mas não obteve êxito. A desorganização interna também criou o “drama” das fontes ClearType, onde “uma década se passou antes que uma versão completamente operacional do ClearType finalmente chegasse ao Windows”.
Dick afirma que aplaude o CEO Steve Ballmer por dar à Apple mais de 100 bilhões em lucros nos últimos 10 anos, e reconhece o trabalho filantrópico de Bill Gates. Entretanto, Brass acredita que a Microsoft não irá sobreviver, a menos que recupere a sua “centelha criativa”.
A Microsoft já respondeu, discordando, obviamente. Ela não concorda com a interpretação da história das fontes ClearType, e cita que o Project Natal para o Xbox 360 é um exemplo de inovação. Frank X. Shaw, vice-presidente de comunicação corporativa, afirma ainda que a empresa não pode se basear somente em boas ideias para crescer.
Artigo no NYT:
http://www.nytimes.com/2010/02/04/opinion/04brass.html
Resposta da Microsoft:
http://blogs.technet.com/microsoft_blog/archive/2010/02/04/measu…
Fontes:
http://techreport.com/discussions.x/18423
http://www.osnews.com/story/22832/Former_Microsoft_VP_on_Micr…
http://www.electronista.com/articles/10/02/04/past.ms.vp.says.infig…
http://www.dailytech.com/Microsoft+Refutes+Claims+That+it+is+a+…
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