Veja: Dinheiro da Bancoop irrigou campanha de Lula

O império PTista da corrupção ainda se diz vítima de campanha de extermínio. Deveria ser exterminada de fato. CADEIA para os PTistas e vida longa ao povo brasileiro.

O Ministério Público de São Paulo investiga há três anos uma entidade criada e gerida por petistas. Chama-se Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).

Em reportagem de capa, disponível na web para assinantes, a revista Veja informa que, na semana passada, o promotor José Carlos Blat, responsável pelo caso, recebeu os dados referentes à movimentação bancária da entidade.

São 8 mil registros, espremidos em 30 volumes. Cobrem o período de 2001 a 2008. Por ora, Blat conseguiu perscrutar um terço das ordens de pagamento que lhe chegaram graças à quebra do sigilo bancário da Bancoop.

Os achados parciais levaram José Carlos Blat a concluir: “A Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002”.

Nesta sexta (5), o promotor levou à Justiça uma petição na qual requer duas providências: o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra de sigilo bancário de uma pessoa física.

Chama-se João Vaccari Neto (na foto). Filiado ao PT e amigo de Lula, ele foi diretor financeiro e presidente da Bancoop. Acaba de ser guindado pelo partido a um novo posto.

Foi nomeado tesoureiro nacional do PT. Como gestor das arcas partidárias, vai cuidar das finanças da campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Assinada pela repórter Laura Diniz, a notícia de Veja informa o seguinte:

1. A Bancoop converteu-se, em 2005, num tormento para seus milhares de associados. Prometera o sonho da casa própria a preços 40% menores que os de mercado. Produziu escombros.

2. Cerca de 400 famílias foram à Justiça contra a cooperativa. Alegam ter quitado suas dívidas. Além de não receber os imóveis, viram as prestações se multiplicar.

3. Os dados bancários manuseados pelo promotor Blat ajudam a explicar o porquê da ruína. Revelam, segundo Veja, que a Bancoop, “nas mãos de dirigentes petistas, se transformou num manancial de dinheiro destinado a encher os bolsos de seus diretores e a abastecer campanhas eleitorais do partido”.

4. A análise parcial dos extratos já permitiu ao Ministério Público detectar uma movimentação suspeita de cerca de R$ 31 milhões. Saques em dinheiro, feitos por meio de cheques emitidos pela Bancoop em favor dela mesma ou do banco em que opera.

5. Esquadrinhou-se um lote de cheques emitidos entre 2003 e 2005. Forniram com R$ 10 milhões os bolsos de quatro dirigentes da cooperativa.

6. São eles: o ex-presidente Luiz Eduardo Malheiro e os ex-diretores Alessandro Robson Bernardino, Marcelo Rinaldo e Tomas Edson Botelho Fraga. Os três primeiros morreram num acidente de carro, em 2004, na cidade de Petrolina (PE).

7. Eram donos de uma empreiteira chamada Germany. Tinha como único cliente a Bancoop. Um engenheiro chamado Ricardo Luiz do Carmo, que foi responsável pelas obras da cooperativa, contou em depoimento que as notas emitidas pela Germany contra a Bancoop carregavam um superfaturamento de 20%.

8. O Ministério Público esquadrinha as relações da Bancoop com outra empresa, a “consultoria contábil” Mizu. Pertencia aos mesmos donos da Germany. Detectaram-se, por ora, seis pagamentos. Coisa de 2002. Foram escriturados sob a rubrica “doação PT”. Somam R$ 43,2 mil. Até setembro do ano passado, a lei desautorizava doações eleitorais de cooperativas.

9. Da contabilidade da Bancoop emerge outro nome: Freud Godoy. Vem a ser aquele ex-segurança das campanhas de Lula citado no caso dos aloprados, o ainda inexplicado escândalo da compra de um dossiê antitucanos, na campanha de 2006.

10. Isentado no episódio dos aloprados, Godoy recebeu da Bancoop, entre 2005 e 2006, 11 cheques. Total: R$ 1,5 milhão. Dinheiro destinado à empresa que era dirigida por ele: Caso Sistemas de Segruança.

11. Segundo a revista, “depoimentos colhidos pelo MP ao longo dos últimos dois anos já atestavam que o dinheiro da Bancoop havia servido para abastecer a campanha petista de 2002, que levou Lula à Presidência da República”.

12. Chama-se Andy Roberto uma das testemunhas. Trabalhou como segurança da Bancoop e de Luiz Malheiro, aquele ex-presidente da coopetartiva que morreu, junto com um par de ex-diretores, no acidente de carro de 2004.

13. Contou que Malheiro entregava envelopes de dinheiro diretamente a João Vaccari, nessa época presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e, no dizer de Veja, “responsável pelo recolhimento da caixinha de campanha de Lula”.

14. Reinquirido pela revista, Andy Roberto não repetiu as mesmas palavras que dissera ao Ministério Público. “Mas disse estar convicto de que isso ocorria”.

15. Veja anota que a testemunha “relatou como, mesmo depois da eleição de Lula, entre 2003 e 2004, quantias semanais de dinheiro continuaram saindo de uma agência Bradesco do Viaduto do Chá, centro de São Paulo, supostamente para o Sindicato dos Bancários, então presidido por Vaccari”.

16. Eis o que disse Andy Roberto: “A gente ia no banco e buscava pacotes, duas pessoas escoltando uma terceira.” Segundo ele, os maços de dinheiro eram entregues à secretária de Luiz Malheiro, que os entregava ao chefe.

17. A testemunha prosseguiu: “Quando essas operações aconteciam, com certeza, em algum horário daquele dia, o Malheiro ia até o Sindicato dos Bancários. Ou, então, se encontrava com o Vaccari em algum lugar”.

Ao acomodar Vaccari na mesma tesouraria que, até 2005, havia sido ocupada por Delúbio ‘Valerianas’ Soares, o petismo sabia dos riscos que corria. Começou a pagar o preço.

Escrito por Josias de Souza

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