O governador Orlando Pessuti (PMDB) deixa o jeito bonachão de fazer política e se transforma em um homem vingativo, disposto a atropelar e massacrar os que lhe viraram as costas no processo político que o alijou da disputa ao Governodo Estado. A primeira vítima do ataque de raiva é justamente o principal responsável pela inviabilização de sua candidatura, o ex-governador Roberto Requião (PMDB).
É contra Requião que Pessuti descarrega sua ira e não esconde de ninguém sua indignação com a traição.
Como primeira medida no Palácio das Araucárias, o governador mandou fazer uma varredura nas secretarias e órgãos da administração estadual a fim de descobrir indícios de corrupção, que já eram de seu conhecimento, devido aos sete anos penando na vice-governança. Pessuti não quer ser responsável por uma “herança maldita” recheada de falcatruas, desmandos e humilhações. O próximo governador, ao assumir o cargo em janeiro de 2011, encontrará muita sujeira embaixo do tapete.
Craca das grossas, que está vindo a público, agora, em plena campanha eleitoral.
Focos de corrupção no Governo Requião foram identificados em várias áreas, antes encobertos por mantos e pela mão de ferro do então governador. Denúncias como as feitas pelo ex-diretor jurídico da Sanepar, Rogério Distefani, que tentou abortar aditivos indevidos que somaram R$ 41 milhões pagos à Pavibrás por obras inacabadas no Litoral do Estado. Irregularidades no Porto de Paranaguá, no IAP, na Copel, Ceasa…
Ainda pesará sobre os ombros do Estado, 369 processos judiciais, tramitando em várias instâncias estadual e federal, por conta da arrogância de Roberto Requião. Essas ações devem gerar indenizações e dívidas superiores a R$ 1 bilhão. Portanto, uma herança que Pessuti não quer e que ficará para o próximo governador.
A varredura, que está sendo feita por assessores e técnicos do Governo do Estado, é acompanhada de perto pela reportagem da revista Documento Reservado e que os leitores poderão conferir nesta edição, nas bancas e no site Documento Reservado.
A enorme carga tributária paga pelo brasileiro também está em destaque nesta edição. Para se ter uma idéia do desconhecimento sobre os tributos, 95% dos cidadãos não sabem, por exemplo, quanto sai do seu salário para impostos.
O Paraná reassumiu a liderança na produção nacional de grãos, com safra estimada em 31,9 milhões de toneladas, com recordes de produtividade em soja e milho. E está a caminho uma boa noticia: a quebra da produção de trigo principalmente na Rússia está forçando a alta da cotação dos cereais, principalmente do milho. O agricultor, porém, espera preços mais altos para comemorar.
Transcrito do editorial de Pedro Ribeiro, para a revista Documento Reservado.
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