A idéia de Lula, desde um primeiro momento foi a de seguir a tendência de seus estimados companheiros da America Latina e mais especialmente, Chavez da Venezuela e Castro de Cuba e implantar no Brasil a reeleição eterna. Como não tinha nenhuma Ordiléia Pedregoso – Ordiléia é personagem de um romance em gestação – para ir esquentando o banco da presidência, enquanto a trieleição não saia, deu à luz em parto prematuro á candidatura Dilma Roussef, uma mera desconhecida, envolta em episódios de corrupção não esclarecidos, mas que tinha passado incólume no episódio do mensalão, que provocou verdadeira limpa no Partido do presidente.
Coluna do Sardinha nº 173 – 23.09.2.010
A trieleição não saiu e Lula teve que engolir sua Ordiléia.
Antipática, arrogante, trazendo em seu contraditório currículo a passagem marxista de braço armado do terrorismo, com o papel burguês de conselheira da Petrobras, que recebeu em 2.009 mais de um milhão e cem mil reais para comparecer a apenas quatro reuniões do Conselho, Dilma personificava a anti-candidata, escolhida sob medida para não fazer sombra ao líder barbudo.
No entanto, Dilma não poderia ser considerada o plano B, para o caso do plano A (trieleição) fracassar, como fracassou. Não restando outra opção, Lula teve que engolir tal candidatura, que tem como virtude conhecer os tortuosos caminhos da administração petista e a fidelidade absoluta ao chefe.
A partir daí toda a máquina pública foi mobilizada para viabilizar uma candidatura, cuja vitória era algo improvável e isto foi por demais caro e oneroso e o dinheiro público jorrou a rodo.
Só para lembrar, a candidata petista talvez seja a única, entre os vinte e tantos candidatos, que nunca foi testada nas urnas, sendo, portanto, uma incógnita. Acreditar como querem os petistas, que ela seja um repeteco do governo Lula, não é por si só, suficiente para levá-la ao Planalto e nem uma garantia de que faria um bom governo.
O desempenho de Dilma Roussef apontado nas pesquisas e fartamente divulgado na mídia governista, deve ser visto com reservas e não pode por si só servir de parâmetro para decidir a intenção de voto do eleitor, que deve estar embasada numa série de outros requisitos, que realmente a candidata não preenche.
A decisão em quem votar nestas eleições apresenta-se extremamente difícil. Principalmente, por dois motivos: a ausência do caráter plebiscitário, por não ser a administração Lula, que diretamente estará sendo julgada: e, pela inexistência de uma dicotomia mais visível.
Lula encarna muito mais a antítese do figurino ideal para presidente de um país grandioso como o Brasil, o que torna difícil, senão impossível, apresentar-se como alternativa ao (des)governo que geriu nossos destinos nos últimos oito anos, onde a mídia oficiosa imperou soberana, mostrando que até endividar-se mais, como noticiado dias atrás em matéria referente ao BNDES é “conquista” do governo petista, que ganhou condescendência até da Anistia Internacional, que deixou de apontar como este, um dos governos mais corruptos do mundo.
Pense, reflita e raciocine na hora de votar. O que está em questão é o seu futuro. Vote pensando nisto, faça por você mesmo.
Luiz Bosco Sardinha Machado, jornalista e advogado
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