A mensagem de Dilma é a carta do náugrago

Atormentados pela sensação de que estão prestes a perder a eleição, o poder, o emprego e a boa vida, os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff perderam quaisquer vestígios de escrúpulos e fizeram a candidata perder de vez a vergonha. Divulgada nesta sexta-feira, a Mensagem da Dilma pede ajuda a um Deus a quem acabou de ser apresentada, renega um Programa Nacional de Direitos Humanos que reproduz fielmente o que sempre defendeu e promete que, se chegar à Presidência, fará o contrário do que pregava até a semana passada.

Confrontado com a prova do crime de estelionato, qualquer dirigente da oposição poderia retrucar com a frase seguinte:  “Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos e manipulam a fé e a religião”.  Pois é exatamente isso o que aparece no último parágrafo. Entre as obscenidades institucionalizadas pelo governo Lula figura a que transforma o culpado em inocente e lhe concede o direito de acusar as vítimas.

“Espero contar com vocês para deter a sórdida campanha contra mim orquestradas”, choraminga a signatária. “Sórdida campanha” é a coleção de vídeos que mostram Dilma como ela é. Ninguém orquestrou coisa nenhuma: a internet apenas tornou mais conhecidos alguns trechos da partitura da Ópera da Mentira.

A Mensagem da Dilma é a carta do náufrago enfiada na garrafa que flutua sobre ondas crescentemente perturbadoras. Não vai chegar à praia.

Transcrito integralmente da Coluna do Augusto Nunes

[Voltar]