A conversa fiada das pesquisas e dos debates

O professor norte-americano Wilson Brian Key publicou, em 1973, o livro “Subliminal Seduction”. O título no Brasil foi “Na era da manipulação”, onde descreveu técnicas de propaganda subliminar. Seu objetivo, segundo ele, era combater este tipo de comunicação e publicidade.

Seu livro se transformou em um manual de comunicação subliminar.

Da publicidade comercial para a política as mensagens com sentidos e objetivos ocultos se espalharam, não apenas da forma, mas especialmente nas estratégias.

Há muito tempo as pesquisas são contestadas e se discute até que ponto elas interferem mesmo nos resultados. Realmente é difícil tirar conclusões e fazer afirmações no tema. Os erros das pesquisas são grandes em quantidade e em números. Quem explica a pesquisa publicada há três dias do dia 3, no Paraná, dando empate entre Osmar Dias e Beto Richa (49 a 49%)?

Na última eleição municipal em Maringá o candidato a reeleição liderava com margem confortável. Também na última pesquisa foi ao ar a seguinte afirmação: “pode haver segundo turno entre Silvio Barros e Enio Verri”. Nem o Verri, que tinha pesquisas, pode ter acreditado nisso. No dia da eleição, logo em seguida, os números verdadeiros apareceram e Silvio venceu no primeiro turno.

Nos dois casos a pesquisa não interferiu no resultado, mas isso poderia ser diferente.
Da mesma forma, os debates vêm sendo muito contestados. Com regras muito limitadoras, os candidatos terminam se enrolando. Na prática, os debates para presidente, até agora, foram desastrosos.

O último debate a que se atribui importância ocorreu entre Lula e Collor, na Globo. Era o último debate, no segundo turno. Dizem que alguém avisou Lula que Collor levaria a Lurian ao debate e passaram abrindo a fechando a porta do estúdio e fazendo barulho de vozes. Lula, que havia se saído muito bem no primeiro debate, não repetiu o desempenho. Será que ele perdeu a eleição no debate?

Difícil afirmar. Acho que o Collor foi a onda do jovem, do novo, com uma produção inovadora de TV e apoio velado e maciço de todos os setores conservadores do Brasil.

A vitória de Collor foi um balde de água fria no idealismo e na militância política, um golpe em quem, como eu, foi votar pela primeira vez para presidente com quase com 40 anos.
O resultado nós já sabemos.

No dia 31 vamos voltar às urnas. O nosso voto deve ser dado a quem achamos que é melhor para o Brasil, para o nosso futuro.

Ninguém tem que responder por nós, nada. Nós é que precisamos definir o que é esse melhor e votar.

Nesta eleição é importante estar atento: o voto vai definir o tipo de país que nós achamos melhor.

Para decidir vale aquela conversa na família, com os amigos  mais chegados.

O que não dá mais para acreditar é nas pesquisas e na superficialidade fabricada e anunciada dos debates.

Do Blog do Diniz Neto

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