Nunca antes na história deste país

Excelente artigo do ex-ministro Paulo Brossard e que mostra de forma educada e precisa, o facínora, delirante, aloprado, psico-sociopata chamado Lula.Depois de escolher e eleger sua sucessora, depois de, nas barbas da Justiça e dos representantes das nações estrangeiras, assumir ostensivamente a direção da campanha de sua candidata, exercendo um poder que nem a Constituição Federal nem as leis lhe outorgavam, de resto, inconciliável com o caráter nacional de sua investidura, depois de se autodenominar “o povo”, “a opinião pública”, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, às escâncaras, fez as vezes do coronel Hugo Chávez, da Venezuela.

E para não deixar dúvidas, se autoconcedeu o diploma de haver realizado o maior e melhor governo do Brasil em todos os tempos.

A verdade é que os governos acertam e erram, e por muitas razões.

A primeira dessas razões é que os governantes são homens, e estes, ainda que cheios de louváveis propósitos, não são imunes a erro.

Ora, em relação ao governante que está vivendo seus últimos dias nas suas funções, pode-se dizer o mesmo.

O governante também tem seus acertos, tanto mais dignos de nota quando seu chefe, a despeito de sua clara inteligência, não é e nunca foi um scholar, nem pretendeu sê-lo, também incorreu em falhas lamentáveis por ação e omissão.

De resto ele tinha de pagar tributo ao maldito sistema presidencial.

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela maioria do eleitorado. No entanto, seu partido não chegou a eleger cem deputados, quando são 513 os membros da Câmara, nem 20 senadores, quando 81 são os membros da Câmara Alta.

Com seu saber, da experiência feito, sua habilidade e sua prática sindical, não teve dificuldade em obter maioria parlamentar e crescer em poder e influência, a ponto de, como erva de passarinho, à custa da oposição, a ponto de desequilibrar a equação política nacional.

O Executivo se agigantou e seu titular fez o que quis durante seus dois mandatos, interna e externamente.

Para ficar em um exemplo, o presidente mostrou que fez o que quis ligando-se ao Irã para mostrar seu distanciamento de Washington. Foi de um primarismo a lembrar a criança que reage pondo a língua de fora, quando não faltavam maneiras adequadas para marcar as diferenças.

O escândalo do Complexo do Alemão (conjunto de favelas no Rio de Janeiro tomado pelas forças policiais no final do ano – nota do editor), um território soberano encravado no território nacional, durante oito anos não foi visto pelo governo do “nunca antes”, e só rompeu o pacto da convivência silenciosa quando o morro iniciou a guerra civil.

De janeiro a agosto do ano em curso, navios que fazem escala no Brasil, juntos, parados, tiveram de esperar 78.873 horas, ou 3.286 dias, para atracar em portos nacionais.

É importante notar que cada dia parado custa ao barco coisa de 25 mil dólares (mais de 42 mil reais).

Esses números indicam que, comparados com os do ano anterior, o aumento foi expressivo, de 16%.

Ainda mais, deve-se lembrar, esse fenômeno levou as cinco maiores empresas de navegação a 741 cancelamentos de escala, 62% superiores ao de 2009, no mesmo período.

Por sua vez, para o atraso no embarque e desembarque de mercadorias, não são isentas de responsabilidades a descoordenação entre Agência Reguladora do setor, Polícia Federal, Receita Federal e não sei mais o que.

A título de ilustração, só no porto de Santos, 120 navios ficaram fundeados simultaneamente por falta de alguma providência de terra.

São fatos de inconcussa gravidade que, direta e indiretamente, atingem magnos interesses do país e de milhares de pessoas.

Muito teria a dizer a respeito desses acertos e erros da administração do presidente da República.

Mas me falta espaço para mostrar que a majestática declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece decorrer de uma explosão de megalomania festejada por uma publicidade “nunca antes vista neste país”.

Por Paulo Brossard, publicano no Diário Indústria, Comércio e Serviços


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