Artigo do cientista político Gilberto Simões Pires
Auto-serviço
Em meio a essa interminável discussão sobre os preços dos combustíveis que são praticados livremente, tanto pela vontade individual de cada proprietário quanto pela vontade coletiva (em forma de cartel) nos postos de abastecimento, um detalhe por demais importante não está sendo explorado: a PROIBIÇÃO DO AUTO-SERVIÇO (ou SELF SERVICE).
Pouca liberdade
Como recebi uma mensagem explicando que a impossibilidade de haver o auto-serviço é fruto de um acordo sindical (entre patrões e empregados), antes que isto acabe se tornando mais uma verdade pelo efeito da repetição, resolvi entrar no assunto para explicar o que realmente acontece no nosso pobre país de pouca liberdade.
Algo simples
O AUTO-SERVIÇO, muito praticado em vários países do mundo (notadamente os mais desenvolvidos), resulta, obviamente, numa redução importante de custos para os consumidores. Além do mais, o auto-serviço num posto de abastecimento é algo tão simples como usar um elevador sem o auxílio de um ascensorista. Ou fazer compras num supermercado, por exemplo.
Cabeça comunista
A bem da verdade única e indiscutível, o que impede a prática do Auto-Serviço nos postos de combustíveis do Brasil todo é uma lei. Isto mesmo, gente. A Lei 9956/2000, de autoria do senador comunista, ALDO REBELO (PC DO B) (só podia ser coisa de comunista) tem a seguinte redação:
Lei 9956/2000
Art. 1º – Fica proibido o funcionamento de bombas de auto-serviço operadas pelo próprio consumidor nos postos de abastecimento de combustíveis, em todo o território nacional.
Art. 2.º – O descumprimento do disposto nesta Lei implicará aplicação de multa equivalente a duas mil UFIR ao posto de combustível infrator e à distribuidora à qual o posto estiver vinculado.
Parágrafo único. A reincidência no descumprimento desta Lei implicará o pagamento do dobro do valor da multa estabelecida no caput deste artigo, e, em caso de constatação do terceiro descumprimento, no fechamento do posto.
Intervenção
Esta estúpida Lei (9.956/2000) foi concebida pelo senador comunista com o propósito de aumentar os empregos. Pode? Ora, em qualquer lugar do mundo onde impera um pingo de democracia, a busca do pleno emprego não implica autorização ao Estado para intervir na tecnologia utilizada pelas empresas. Isto é intervenção brutal e descabida.
Mal cheirosa
Bem, como o Brasil, ano a ano, vem perdendo posição em vários índices que medem a liberdade, tanto de agir quanto de se manifestar, não é de se duvidar que para manter os empregos os supermercados venham a ser proibidos de manter o auto-serviço . E os prédios que forem servidos por elevadores, idem. Tomem nota: na cabeça de comunista não há miolos. Tem coisa bem diferente. E mal cheirosa.
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