Ernesto Caruso: “Brasil sob má direção”

Tsunami petista na política da terra arrasada. Um país sem rumo na economia, na segurança, na educação. Pior de tudo, sem rumo na assistência médica da população mais carente, que paga o SUS como plano de saúde e quando precisa não tem. Junção da incompetência na administração pública à elevada eficiência na desconstrução da sociedade. Corrupção como meio e fim. Ações diretas, nítidas e mais fáceis de contestar e as sub-reptícias, dissimuladas, no arcabouço da família, nas alterações do senso comum e nos valores cristãos sedimentados na formação da nacionalidade.

No campo econômico, causa repulsa ao cidadão não só o preço do legume nas feiras, mas o do combustível, que influencia toda a cadeia produtiva e de transporte dos alimentos. A destacar o “preço” do etanol – milagre brasileiro no emprego automotivo, advindo da cana de açúcar, ciclo marcante na história – que supera o da gasolina nesta fase do valor do barril de petróleo bem baixo no comércio internacional. Valor, quando elevado, “justifica” o aumento para o consumo interno. A pujante Petrobras ladeira abaixo. Oh, pré-sal do ufanismo lulista, onde estás que não respondes? Pré-sal que iria impulsionar a educação, quem sabe se aproximar do primeiro mundo. Pobre Pátria Educadora!

Patropi abençoado por Deus, que beleza, dos recursos abundantes. Japão de terras e minerais e rico em educação e probidade. Na nossa BR, extrema corrupção e impunidade. Lá haraquiri de quem se envergonha; aqui ostentação, desdenha e vaidade. Investimentos duvidosos no exterior, em detrimento da já precária infraestrutura local, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Exemplo Porto de Mariel em Cuba. Desequilíbrio orçamentário, juros elevadíssimos. Impostos que estremecem os ossos de Tiradentes. Ainda querem ressuscitar a CPMF para cobrir a ineficiência e o esbulho.

Indústria e comércio encerrando as atividades. Em 2015, quase 100 mil lojas computadas. Grande rede de supermercado, em Campo Grande, MS, fechou três das suas lojas. No setor de alimentos, é prognóstico muito grave.

O governo Dilma, nota baixa no desempenho geral, coloca o Brasil como mau pagador, ao lado de países como Bolívia, Paraguai e Guatemala, por conta da instabilidade econômica e política, como anunciado pela agência de classificação de risco Standard & Poors; o segundo rebaixamento e com perspectivas de piorar.

Na política, o governo central, muito impregnado de ideologia totalitária, está desmoralizado diante de tantas denúncias a envolver o Partido dos Trabalhadores. Processos de impeachment na Câmara dos Deputados e no Tribunal Superior Eleitoral por denúncias de emprego de recursos escusos na eleição de 2014. Descrédito nos políticos, na quantidade de ministérios, no número exagerados de senadores, deputados e vereadores, estes por vezes com um dia de sessão (?!) e muita mordomia.

Em adendo vale lembrar. Os Estados Unidos mantêm dois senadores por estado, aqui são três. Lá são 435 deputados, aqui 513. Se extinguir o cargo de vice nos vários níveis, seria uma boa economia, em especial nos municípios (5.570). Quantos gabinetes seriam fechados? carros, motoristas, secretárias, ar-condicionado… E como se cria município; o povo vota; a população de um município arcava com as despesas um conjunto político-administrativo e “sabiamente” passa a gastar com dois conjuntos.

Os reflexos da má gestão pública recrudescem nos fatores psicossociais a destacar de início na saúde, caótica no atendimento nos postos e hospitais públicos, onde faltam até vacinas contra hepatite A infantil, raiva, difteria e tétano. No desemprego, função do baixo crescimento e recessão, com desdobramento na educação de qualidade encontrada na atividade privada com a natural evasão e maior procura na pública que remunera mal os professores. Greve e mais greve. Ensino prejudicado.

A previdência social está longe de proporcionar melhores condições de vida. Cada vez mais, ao aposentado se impõe continuar trabalhando pelo resto da vida. E sem a correspondente assistência que devia usufruir. Desequilíbrios sociais, drogas, menores inimputáveis, aumento da criminalidade, descontrole.

A par de uma legislação afinada com a ideologia que faz parar no Senado o projeto de lei que faz do menor que queima uma dentista no local de trabalho um criminoso. Os treze anos desse modelo são uma fraude. O Brasil não está em boas mãos.