No. 104 – COLUNA DO SARDINHA
13.04.2.009
Se ser normal não resolve apelemos para a bizarrice, pois talvez babando na gravata, comendo abacate no penico, alcancemos o sucesso no meio social, que não conseguiremos pelas vias usuais.
Como a insatisfação apareceu com o homem sobre a face da terra, o bizarro virou regra, tomou conta da mídia, da política enfim de tudo, sufocando inclusive o nosso senso do ridículo.
Aliás, ser ridículo hoje em dia, passa a ser apenas original e autêntico, confundindo a cabeça de quem não está preparado para exercer o espírito crítico.
Basta dar uma corridinha pelos canais de televisão para ver o exótico, o inusitado e o bizarro desfilando soberanos e não dando a mínima para a lógica e o bom-senso.
Está se criando a cultura do absurdo. Estamos perdendo a noção do que pode ou não ser feito e dos limites da irracionalidade e isto ganha contornos maiores na política que é a caixa de ressonância do pensar coletivo.
O Presidente americano está sendo louvado e admirado por uma qualidade que não tem nada a ver com intelecto, capacidade e outros atributos inerentes a um presidente da República da maior potência mundial, mas sim por ser afro-descendente, o que não o capacitaria por si só, a ser sequer gandula do “super-bowl”. Mas se assim a turma que decide acha, que fazer?
Os exemplos são muitos: é Lugo – popular/populista, no Paraguai – é Evo Morales, cocalero e índio na Bolívia – Luiz Inácio Lula da Silva – torneiro mecânico aposentado, semi-alfabetizado no Brasil.
Não estamos discutindo critério capacidade, mas sim a forma que a humanidade está comportando-se.
Dias atrás a mídia internacional alardeou aos quatro ventos a eleição da primeira mulher “gay” (a rigor o termo só pode ser aplicado a homens) como Primeira-ministra da Islândia, país que foi ao FMI por estar quebrado. Quer dizer, o fato de, para a mídia é mais importante do que qualquer critério.
Já estamos antevendo nos anos vinte do século XXI a seguinte manchete de determinado jornal: “segundo pesquisa, o candidato Gabiróbidis, considerado “normal” de acordo com os padrões do início do século é o preferido por 48% dos eleitores ante o bizarro Lelé. Será a primeira vez em mais de dez anos que um “normal” elege-se presidente.”
Como ainda falta muito para isso acontecer é quase certo que não vejamos tais absurdos e é também quase certo que nossos escritos sejam preciosidades de museus, não necessariamente da “Casa de Horrores” de Madame Tussaud.
Luiz Bosco Sardinha Machado