Caravela baiana…

Esse texto veio por email, por ocasião do fiasco das comemorações dos 500 anos do “descobrimento” do Brasil. É muito engraçado, apesar de insultar os baianos.

Os Baianos que me perdoem, mas esta crônica abaixo ficou legal… Retrata bem a capacidade baiana para o trabalho… Pois, 500 anos depois, os baianos se meteram a construir uma caravela.

Ela seria uma replica da nau capitania de Cabral com algumas pequenas modificações. A primeira delas, dois potentes motores, aperfeiçoamento que nem o infame Dom Henrique, que era um visionário, se atreveu a imaginar.

A caravela dos baianos custou 4 milhões de reais, mais que toda a frota de Cabral. Mas enfim, Antônio Magalhães garantiu aos baianos que dinheiro não seria o problema. Iríamos inaugurar a era das caravelas de luxo.

O problema é que a caravela dos baianos não se mexia. Primeiro não saia do porto. Depois teve que ser rebocada. E por ultimo ficou a deriva a 70 Km da costa. Se dependesse dos baianos, Cabral jamais descobriria o Brasil. Seguindo o tradicional modelo brasileiro, antes de um carpinteiro foi contratado um almirante, para dar respeito ao empreendimento.

Depois, usando vasta experiência que os baianos tem em espetáculos e trios elétricos, foi preparada uma serie de apresentações espetaculares para a caravela que ainda não tinha sido construída. O primeiro show seria na festa-fiasco do Descobrimento. Provavelmente, de acordo com o plano oficial, os índios seriam espancados dentro da caravela, o que impediria a fuga da maioria.

Os portugueses levaram 6 meses para construir uma caravela. Como hoje temos serras e furadeiras elétricas, tornos automáticos e outros requintes, os baianos calcularam que levariam três anos. A caravela foi construída na Escola Naval, porque longe dos órgãos oficias não se consegue fabricar nada nesse Pais. Assim, três dias antes da festa do Descobrimento a caravela baiana foi lançada ao mar. Desde o primeiro momento revelou uma tendência para o naufrágio. tanto e que houve gente que sugeriu que se trocasse o nome para Titanic.

Quando ela se pôs a dançar feito um barril de madeira, foi que os construtores se deram conta que haviam se esquecido do lastro. Treze toneladas de chumbo foram postas nos porões da caravela baiana, que parou de rebolar. Mas, como ainda assim tinha tendência a emborcar, colocaram mais 10 toneladas de chumbo, com o que, felizmente, a nau estabilizou. Não havia mais chumbo na Bahia. A todas essas, a Festa do Descobrimento veio, espancou e passou. A nau não pode cumprir o seu primeiro compromisso.

Mas os construtores garantiram que ela estaria presente na primeira missa. Finalmente, auxiliada por um rebocador, a caravela deixou a Baia de Todos os Santos e galhardamente tomou o rumo de Cabralia. Ai um novo detalhe se fez notar. os baianos tinham inventado a primeira caravela sem velas. Tão logo se afastou da costa, o mastro principal quebrou só com a forca da brisa. Consertado as pressas, não se sabe se com durex ou super bonder, o mastro se manteve em pé, enquanto o capitão ordenava que ligassem os motores.

Com os motores ligados, a caravela passou a tremer como um doente de malária. Ela só não desmanchou porque o primeiro motor quebrou e o segundo, tão logo foi acionado, parou em poucos segundos. Alguém havia confundido os encanamentos e o motor foi abastecido com água. Não se sabe quantos marinheiros com sede beberam óleo diesel.

Como nada funcionava, a nau ficou a deriva, ou seja, passou a velejar a baiana. Diante deste novo imprevisto, o capitão decidiu novamente chamar um rebocador. Então ficou constatado mais um aperfeiçoamento dos construtores baianos. Puxada por um rebocador, ela se conduziu as mil maravilhas, nem afundou, nem nada. Mas, lamentavelmente não pode comparecer ao seu segundo compromisso. No dia seguinte, o almirante encarregado da construção do barco explicou que faltou tempo para a construção. A pressa da nisso.

Se ao invés de 3 anos os baianos tivessem seis, a caravela estaria vendendo acarajé na Baia de Todos os Santos. O procurador federal resolveu abrir inquérito para apurar responsabilidades. Ate o inquérito ser concluído, os baianos pretendem provar que Cabral chegou ao Brasil puxado por um rebocador. Ate lá, a caravela baiana ficara no seco, onde ela, alias, funciona muito bem. Que isso sirva de advertência para a Ford, que trocou a habilidade gaúcha pela baiana. Se os gringos não tomarem providencias, os baianos vão construir o primeiro Ka a vela.

A tragédia pior acontecerá em 2004, quando o vôo do Santos Dumont completar cem anos e os baianos resolverem construir uma replica do 14 bis…

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