Risco Lula e Risco Serra

Ontem, o presidente Lula se juntou aos demais líderes do chamado BRIC para exigir uma reforma no sistema financeiro internacional. Cheio de orgulho e com a estima lá em cima, Lula não para de receber elogios pelo fato do Brasil já ter feito a sua reforma do sistema financeiro.

Mal sabem os chineses, indianos e russos que este mesmo Lula, um pouco antes de ser eleito presidente, foi visceralmente contrário ao Proer e Proes. Ou seja, por conseqüência Lula era contrário à reforma bancária brasileira.

Lula, nesse único item, felizmente, mudou. Não como deveria, mas de qualquer forma já se mostra a favor de alguma reforma. Só lamento que essa disposição esteja voltada às reformas que o mundo necessita e não àquelas que o Brasil implora para deixar, definitivamente, o mundo subdesenvolvido ou emergente.

Enfatizando: a única reforma que o Brasil conseguiu fazer, a despeito da vontade do PT, é aquela que levou o Brasil a ser um país hoje muito respeitado. Por ironia do destino, o PT de Lula está exigindo que o mundo faça exatamente aquilo que sempre foi contra: a reforma do nosso Sistema Financeiro. Que tal?

Porém, como todos os partidos têm grande semelhança, agora é a vez do PSDB fazer o papel pra lá de lamentável que o PT sempre fez. Exemplo: não aceita qualquer mudança na Caderneta de Poupança.

Trata-se de uma estupidez impressionante, pois enquanto todos exigem redução da taxa Selic, o PSDB defende que a forma de remuneração da Poupança é intocável. Em tese, o PSDB quer manter o juro de 6,17% (ao ano) fixado por lei para a Caderneta. E quer um juro flutuante para a Selic. Pode?

Este tipo de comportamento do PSDB faz com que o mercado raciocine da seguinte forma: o risco Lula, ou risco Dilma se desejarem, é hoje bem menor do que o risco Serra. Se Lula não se dispõe a fazer reformas, o fato é que seus opositores também não demonstram muito interesse.

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