Que palhaçada é essa?
Revelação sobre Moraes é maremoto ou espuma?
Rodrigo Barradas
Reportagens da Folha de S.Paulo mostram que houve trânsito de informações “fora do rito” entre um inquérito conduzido por Alexandre de Moras no STF e uma unidade do TSE quando presidido pelo mesmo ministro. A revelação agitou a República, e bolsonaristas correram às redes e anunciaram que já preparam mais um pedido de impeachment, que, pelo menos por enquanto, tem poucas chances de prosperar.
“É jogo de cena”, diz Tales Faria. O colunista apurou que a oposição não acredita que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, dê prosseguimento ao pedido. E temem um eventual substituto escolhido por Lula mais ainda que o Xandão.
Sobre o mérito: Raquel Landim vê simetria entre esse caso e a Vaza Jato. Por consequência, quem defende que Moro e Deltan fizeram tudo certo também deveria apoiar Moraes. O raciocínio inverso valeria para os garantistas. Josias de Souza avalia que as informações “consolidam a percepção de que Alexandre de Moraes ultrapassou o alambrado que separa o institucional do anormal”.
Reinaldo Azevedo não pensa da mesma forma: “De saída, pergunto: ‘Alexandre de Moraes cometeu alguma ilegalidade?’ Resposta: ‘Não!’ Por isso, diga-se, recorre-se a uma expressão vazia como uma gaveta, onde se pode tentar abrigar qualquer imputação, para designar o que teria acontecido: ‘Ministro agiu fora do rito’. Mas agiu fora da lei?”. E Leonardo Sakamoto recorre à cultura pop para explicar a conduta exigida do ministro, de enviar ofícios sobre os quais ele mesmo teria de decidir: “É como Chaves vender churros para si mesmo”.