A duas semanas de assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) levou no sábado a retórica do palanque para a academia.
Ele voltou à Unicamp após 12 anos para concluir o “doutorado em economia” com uma “tese” sobre o governo Lula.
Saiu com o título, mas foi repreendido pelos examinadores por exagerar nos elogios ao presidente.
Em tom de campanha, o chefe de “aloprados” Mercadante anunciou o nascimento do “novo desenvolvimentismo”, um modelo baseado em crescimento e distribuição de renda.
A tese sabuja, de 519 páginas, tem frases quase sempre na primeira pessoa do plural, em tom majestático: “Superamos a visão do Estado mínimo”; “Não nos rendemos à tradição populista”; “Retiramos 28 milhões da pobreza”; “Melhoramos muito o atendimento na saúde”.
A Unicamp, que tem raros cursos dignos de aplausos (como os de engenharia do petróleo), e que pertence ao governo de São Paulo, já vem em um processo de profunda decadência há muitos anos, desde que foi tomada pelo pensamento petralha.
Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda da ditadura militar, um dos homens que ratificou a edição do famigerado AI5 com sua assinatura, assimilou a tese, embora com um pouco se sarcasmo. Outro que contribuiu decisivamente para esculhambar de vez a Unicamp foi o economista tucano Bresser Pereira, também integrante da banca, que aprovou a ridicularia apresentada por Aloizio Mercadante. Ele agiu servilmente, provavelmente em face de suas ligações com o grupo econômico petista Pão de Açucar.
Transcrito integralmente do VideVersus
[Voltar]