Porque Aécio Neves quer tanto ser presidente?

Ele já manobrou o que deu o PSDB para prejudicar uma candidatura Serra. Lembram-se de 2006, quando manipulou o partido para que lançasse o Alkmin? Por traz de tanta obstinação há, com certeza, propósitos ocultos e nada sérios. Leiam mais uma das manobras de Aécio, que tem caminhado em lado oposto ao partido, cortejando componentes do (dês)governo Lula.

http://antonini.com.br/imagens/gerais/AecioFol230.jpgNo esforço que empreende para se diferenciar de José Serra, com quem mede forças no PSDB, Aécio Neves patrocina, a partir desta terça (14), uma pejelança econômica.

A pretexto de debater os efeitos da crise global, Aécio logrou arrastar para Belo Horizonte estrelas do governo Lula.

A principal delas é o presidente do BC, Henrique Meirelles, um personagem que José Serra vem se esmerando em açoitar.

Meirelles será o primeiro expositor de um simpósio mineiro sobre a crise. Será aberto por Aécio, às 9h desta terça. Termina na quarta (15).

O evento foi articulado pelo governador em parceria com a Assembléia Legislativa de Minas, presidida por um aliado de Aécio, o deputado estadual Alberto Pinto Coelho (PP).

Aécio oferece um palco a Meirelles menos de 24 horas depois de Serra ter repisado, em São Paulo, ataques à política monetária do BC (assista abaixo).

Sob a roupagem econômica do debate mineiro, esconde-se um objetivo político de Aécio. Deseja provar-se mais agregador do que Serra.

Aécio defende a tese de que, na disputa presidencial de 2010, a oposição pode atrair para o seu palanque legendas que hoje gravitam em torno de Lula.

Um dos partidos governistas que Aécio corteja é o PDT, cujo presidente, o ministro Carlos Lupi (Trabalho), é outro debater do simpósio mineiro. Falará na tarde desta terça.

A abertura do segundo dia do simpósio será feita por outro expoente do gabinete de Lula, o vice-presidente José Alencar, crítico contumaz dos juros lunares.

Alencar dividirá a mesa com o vice-governador mineiro, o tucano Antonio Anastasia. É uma espécie de Dilma de Aécio.

Anastásia é visto como bom admistrador. Na equipe de Aécio, granjeou a fama de carregador de piano. Mas não tem intimidade com as urnas.

A despeito disso, a exemplo do que faz Lula com Dilma Rousseff, Aécio decidiu ungir Anastasia. Quer fazê-lo seu sucessor no governo de Minas, em 2010.

Além dos auxiliares de Lula, a parceria de Aécio com o presidente da Assembléia leva a Belo Horizonte gente que convive com a crise no seu dia-a-dia.

Por exemplo: o mandachuva do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Honannpeter; e o presidente do Dieese, Tadeu Morais de Souza.

Diz-se que o ciclo mineiro de debates pode resultar em projetos que, aprovados na Assembléia, ajudariam o Estado a enfrentar a crise. Porém…

Porém, o lero-lero propositivo não consegue disfarçar o objetivo central da pajelança: o esforço de Aécio para demonstrar que as pesquisas de opinião, que sorriem para Serra, não deveriam ser o único critério de escolha do PSDB.

Escrito por Josias de Souza às 02h59

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