Além da gripe suína, outros dois fatos ganharam destaque neste final de semana prolongado: a lei de imprensa, derrubada pelo STF na última quinta feira; e a comprometedora afirmação do presidente Lula sobre a farra das passagens aéreas.
Como o espaço é pequeno para os dois fatos, dou preferência ao que Lula falou no dia 1º de Maio, Dia do Trabalho. Antes de tudo porque o presidente endossou a farra das passagens aéreas. Ao invés de condenar a atitude lamentável dos ocupantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, preferiu ficar ao lado da safadeza.
Isso tudo depois que a sociedade brasileira, em peso, se indignou e se manifestou cheia de revolta contra a insuportável farra com o dinheiro público. Inexplicavelmente, contrariando a lógica da honestidade e da decência, o presidente Lula simplesmente entendeu que os políticos estão certos e que o povo é hipócrita.
Pior: Lula, sem qualquer cerimônia, ainda admitiu que na época em que era deputado federal (entre 1987 e 1991) também usou dinheiro público para levar sindicalistas à Brasília. E ainda se considera cheio de razão e com muita moral.
O mais lamentável no episódio é que a platéia que o ouvia quando fazia a declaração infeliz, numa atitude típica de puxa-saquismo e em defesa dos privilégios preferiu aplaudir a estupidez verbalizada pelo presidente. Pode?
No mínimo, essas pessoas, se é que podem ser consideradas como tais, são do tipo que se beneficiaram da sujeira. Só pode…
Sem surpresa, mas necessário informar, é que o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, aproveitou a deixa para dizer que Lula está coberto de razão ao dizer que vê muita hipocrisia nas críticas sobre o uso das cotas de passagens pelos deputados.
Berzoini, dentro da sua lógica petista própria de quem prestigiou o mensalão, ainda emendou: não vejo problema nenhum quando um deputado traz para Brasília, com passagens pagas pela Câmara, sindicalistas ou pessoas relacionadas ao exercício de seu mandato. Que tal? Vamos colocar a nossa viola no saco?
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